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Estava eu a fazer zapping pela panóplia imensa de canais que estão disponíveis na minha TV e dei de caras com o canal “Infinito” e o seu programa “Crenças”. Este assombro de programa fez com que um anseio assaltasse a minha mente. Fez-me reflectir um pouco sobre as religiões.
Ora já lá vai muito tempo que eu me pergunto como é que ainda existem religiões e como é que ainda têm tanto peso na nossa sociedade. Para mim, isto já nem devia ser uma questão vai para 200 anos. Estou sempre há espera do secularismo mas ele teima em não acontecer e para “mal dos meus pecados” parece que aparecem cada vez mais religiões ou cultos cada vez mais estremados. Já desde o final do Séc. XVIII, o Iluminismo (alguém ainda se lembra dele?) e mais recentemente , sei lá, Darwin, Marx, Freud ou mesmo Einstein provaram (para mim provaram) duas ou três coisinhas assaz curiosas. Provar que o mundo não gira em torno do homem (um ser apenas um pouco mais evoluído que os demais animais) e que as coisas podem acontecem sem a intervenção divina fui um grande passo, mas daí a libertarmo-nos do obscurantismo é uma coisa totalmente diferente. Dos anos 20 até aos anos 90, mais coisa menos coisa, os grupos religiosos estavam a cair, o criacionismo era apenas uma nota de rodapé nos livros escolares, gozado em comparação com a Teoria da Evolução.
Tanto na Europa como nos EUA e um pouco por todo o mundo os governos tornavam-se laicos e tentavam afastar a religião do seu dia-a-dia. Mas foi tudo, e ainda é, um engano, uma fachada. O avanço do laicismo governamental é apenas uma coisa dos países ocidentais e de elites. Nunca a religião esteve em perigo e todos os sinais eram apenas meras gotas num oceano. Mesmo a Republica Popular da China, bastião do comunismo ateu, aproxima-se perigosamente de se tornar o maior país capitalista e católico do mundo. Já o é muçulmano! E só não é hinduísta porque a Índia tem primazia! E se não estávamos convencido de tudo isto o 11 de Setembro de 2001, marcou bem a impossibilidade a médio/longo prazo uma civilização sem religião. É claro que esta data marcou dois pólos, os Católicos contra os Muçulmanos, mas não nos devemos preocupar, só com estas religiões, é claro que os fundamentalismos estão exacerbados e a imergência dos mais variados cultos cada vez mais radicais é preocupante. E o problema é que a espiral é sempre crescente. Quando um grupo assente em posições dogmáticas se radicaliza o outro radicaliza duplamente. E de atirar pedras a homens-bomba é um “abrir e fechar de olhos”. Como reverter esta situação, já o descobrimos: democracia e estado laico.
Apesar de um ser ateu, não acho que as religiões devessem ser proibidas. São uma actividade como outra qualquer, eu gosto de ir ao ginásio e treinar com um grupo de amigos, cada um pode cultivar o seu culto como quiser desde que não tente impor as suas visões do mundo ao resto da sociedade. É claro que eu acho que isso é muito difícil pois todas as religiões são exclusivas umas das outras, a minha “verdade” sobre o mundo é que é a certa logo todas as outras estão erradas. E como é tão natural do ser humano a minha visão tem que ser a imposta a todos. Se todas as religiões tentarem impor a sua “suprema verdade” os conflitos são inevitáveis (tal como têm sido ao longo de toda a história da humanidade).
Por isso uma religião nunca pode estar no poder, isto é, a laicidade é um valor fundamental para a pacificação num país multi-religioso. E não falo, como acontece nos nossos dias, de países com governos que aprovam a multiplici-dade religiosa e servem muitas vezes de mediadores, falo em governos completamente areli-giosos . Qualquer favorecimento, ou tratamento preferencial, da parte do governo irá necessa-riamente verter-se em políticas que terão vincos ideológicos e morais que afectaram toda a sociedade, quer concordem ou não com essas visões do mundo.
Contra a violência e o sectarismo a laicidade do estado é fundamental...