A imigração é um tema muito interessante. Se por um lado a ideia de nacionalidade é um conceito muito fácil de compreender (difícil será definir com exactidão) o mesmo se passa com a ideia de fronteiras.
Mas levando a discussão a um nível um pouco mais profundo penso que as coisas não são assim tão fáceis de compreender.
A ideia de um Estado Soberano que tem o direito de admissão no seu território parece simples mas isso implica que o estado seja dono da terra que compõe o seu país. Mas, tomando o caso de Portugal, quantos povos passaram por terras de Portugal até finalmente este terreno ficar a chamar-se Portugal?
Nós não somos donos da terra em que habitamos, apenas alugamos o espaço. Alugamos até morrermos ou até alguém mais forte chegar ficar senhor das terras. É claro que este pensamento é muito ligado ao tempo das conquistas quando os países se estavam a formar, poderão dizer que agora isso já não acontece pois os países estão definidos. Mas isso não é bem verdade basta pensar nos países do Balcãs. De um momento para o outro, e apenas por razões burocráticas, muitos habitantes, por exemplo da Croácia, tornaram-se estrangeiros no local onde nasceram! Como pode uma pessoa ser considerada criminosa só porque não nasceu no país em que se encontra? Nascer é um crime?
Outra coisa que é curiosa é o facto que na economia de mercado costumasse dizer que o dinheiro não tem nacionalidade, que a flexibilização dos postos de trabalho é uma necessidade, que hoje trabalhas em Portugal e amanha já podes trabalhar no Japão e no próximo mês nos EUA. No entanto esta liberdade de circulação é só para os trabalhadores. As pessoas que não têm emprego não são livres de viajar para onde bem entendem…
E já agora para acabar que este texto já vai longo, porque razão um emigrante português que resida em França tem mais direito de votar nas eleições legislativas do que um estrangeiro que resida em Portugal? Quem é o mais interessado? A terra também deve ser de quem a usa não de apenas quem lá nasce.