25 de Abril
871 anos de Portugal
618 anos de Monarquia
90 anos de Monarquia Constitucional
100 anos de Republica
48 anos de Ditadura Militar
Só 36 anos de Democracia
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871 anos de Portugal
618 anos de Monarquia
90 anos de Monarquia Constitucional
100 anos de Republica
48 anos de Ditadura Militar
Só 36 anos de Democracia
Perante o alarido da vinda do Papa Bento XVI a Portugal, começamos a questionar a razão para a diminuição não só da religiosidade em Portugal como a diminuição do catolicismo.
A diminuição da religiosidade ou da crença em geral não se deve ao facto das pessoas terem perdido os seus valores como é tão apregoado pelos arautos da desgraça. As pessoas têm muitos valores e tão ou mais fortes como antigamente. Sim, os valores são diferentes, temos valores como o consumo, o trabalho ou a beleza que competem com os valores de solidariedade e bondade difundidos pela igreja católica, mas mesmos estes valores estão tão ou mais presentes que nos tempos áureos do catolicismo. Cada vez mais assistimos a campanhas de solidariedade gigantescas. Nunca as pessoas foram tão generosas e tão atentas aos flagelos do mundo. Claro que numa sociedade individualista essa atenção pode não incidir para o nosso vizinho do lado, mas incide sobre as crianças que passam fome em África ou as pessoas que perderam tudo nas enxurradas na madeira, ou no terramoto do Haiti.
No outro dia alguém me dizia que o islamismo está tão radical do que quando foi fundado e que em nada evoluiu ao contrário da igreja católica que apesar de ter cometido diversas atrocidades no passado se redimiu. Pois na minha opinião a igreja católica teve a felicidade ou a infelicidade de incidir sobretudo em países ocidentais em que o aumento da escolaridade e o consumo fizeram as pessoas questionar s dogmas da igreja. A igreja foi obrigada a se moderar correndo o risco de ficar sem fiéis. As pessoas começam a reflectir sobre problemáticas como a eutanásia, o aborto, o casamento para a vida, a contracepção é uma realidade incontornável e o casamento gay uma realidade emergente. E mesmo apesar de todo esta nova vivencia do “Eu” da liberdade, da autonomia há pessoas católicas. Há pessoas que casam já grávidas, pais solteiros que baptizam os filhos, pessoas que defendem ideias contrárias aos dogmas da igreja que vão à missa e que se consideram católicas.
Eu digo que a igreja não toma posições mais radicais, não é porque tenha “evoluído”, mas sim, porque se o fizer perde os poucos fiéis que lhe restam. Digo também que se não se adaptarem ainda mais à “modernidade” pode vir a perder terreno a outras religiões ou credos mais modernas e que respondem melhor às necessidades espirituais das pessoas. Acima de tudo a mensagem de Cristo de amor ao próximo é uma mensagem linda, que no entanto não precisa da voz da Igreja Católica para ser transmitida.
Em época de pré-campanha ou para os mais atrasados o anúncio dos candidatos para as presidenciais, as pessoas começam a estranhar o silêncio do partido do governo na apresentação do seu candidato.
O primeiro a apresentar a sua (re)candidatura foi Cavaco Silva, que não vai perder uma oportunidade de poder dissolver o parlamento quando o estado de graça e o encantamento pelo governo começar a desvanecer como é de esperar de um qualquer governo que fique mais do que um mandato no poder. Mesmo que não oficial, já era mais que certo que o actual presidente da república apesar de alguns escândalos e alguma contestação se voltasse a recandidatar. Logo no seu encalço o sempre esperançoso Manuel Alegre. Mesmo com as cicatrizes de várias derrotas não só por perder as presidenciais como por não ter o apoio do seu próprio partido, como retaliação às várias “facadinhas” de Alegre ao PS.
A história adensa-se com a presentação de outros candidatos e o apoio do Bloco a Manuel Alegre, algo que no fundinho ele não gostou muito por ainda esperar pelo apoio do seu partido. O apoio de um partido externo pode afugentar o apoio do sempre por ele adorado PS. O PS mantém o silêncio, não se sabe se por estar a escolher um candidato próprio se por estar a ponderar apoiar Alegre, é que ao fim ao cabo este teve mais votos do que o seu último candidato, o constitucionalista Vital Moreira que apesar do seu porte digno do cargo não foi suficiente populista para captar os votos dos portugueses.
A questão é ou o PS escolhe um nome sonante, uma cara já conhecida do povo e neste sentido já se fala de António Vitorino ou António Guterres ou então resigna-se, engole o orgulho e apoia Manuel Alegre. Na minha modesta opinião, só o fará se nenhum dos outros candidatos aceitar o convite. A acontecer o apoio do PS a Alegre seria “novelissimamente” engraçado se este por despeito rejeitasse o apoio do partido. Seria de rir a cara de tacho dos dirigentes do PS pela e também de Alegre quando voltasse a perder as presidenciais por ter cedido ao orgulho e ter rejeitado o apoio do próprio partido. Quem disse que a politica não era divertida?
Pais do Amaral sobre Manuela Moura Guedes: "era uma excelente intérprete do estilo tablóide, mas não se podia reconverter. Havia que mudar o pivot para mudar o estilo de informação."; "Uma TV líder com informação séria vale muito mais que uma TV com informação tablóide."
Eu não teria dito melhor.
Uma das teorias de base da sociologia é a teoria dos capitais de Pierre Boudieu. Segundo o francês cada um de nós tem três capitais, o económico (ou o dinheiro) o cultural (ou escolar) e o social (o nosso berço, cultura). A ciência moderna pelas mãos de uma socióloga de nome Cathrine Hakim de uma conceituada escola, a London School of Economics vem acrescentar um novo capital: o capital erótico (o Bourdieu deve estar às voltas na tumba).
Na notícia do jornal i lê-se que estudos empíricos mostram que genericamente pessoas bonitas ganham mais do que pessoas feias. Primeiro fica feio dizer estudo empíricos, pois empiricamente o sol anda á volta da Terra e apesar de ser uma ciência social a Sociologia rege-se por padrões científicos muito rígidos. Não duvido que essa seja uma premissa verdadeira, mas há que o provar cientificamente especialmente quando se quer juntar um novo capital a uma teoria tão robusta e comummente usada como a teoria de Bourdieu. Há que se definir o que é uma pessoa bonita de uma pessoa feia, comparar pessoas que ocupam cargos e funções semelhantes, na mesma faixa etária, enfim há muitas variáveis a isolar e muitas delas de difícil definição.
Mais uma vez este artigo mostra a dominação masculina pois se os homens ganham maia do que as mulheres e ocupam lugares de mais poder em relação às mulheres e se são eles que maior importância dão à aparência nomeadamente à beleza e ao novo chamado capital erótico, são eles que escolhem as mulheres para os cargos.
Concordo que se viva numa sociedade mais sexualizada e concordo que a aparência seja importantíssima nos tempos que correm o que eu não concordo é que o tal capital erótico possa ser posto ao lado dos restantes como tendo uma força semelhante na determinação do nosso percurso, tanto porque esse tipo de capital também pode ser comprado e as pessoas ricas tendem a ser mais bonitas do que as pessoas feias e aí a riqueza já é um factor anterior ao da beleza. O que quero dizer é que será que as pessoas ricas o são pela beleza ou são bonitas porque são ricas? É uma pergunta de difícil resposta. Quanto à afirmação de “mais vale ser bonito a ser bom” eu não tenho a certeza, o que digo é que mais vale ter sorte a ser bonito e até mesmo a ser bom.
No período da Páscoa nada melhor que uma reflexão sobre um problema que tem abalado a igreja católica desde as suas bases até ao próprio Papa. Ninguém parece escapar incólume às acusações de pedofilia e encobrimento. Os contornos começam a ser de uma epidemia. Por todos os cantos do mundo surgem novos casos de abuso, desde os casos mais mediáticos nos EUA e Irlanda até à cidade do Porto. A atitude do Vaticano tem sido, no mínimo ausente perante tantos escândalos.
Mesmo as comunicações do Papa sobre este assunto têm sido escassas e muito evasivas. Não acho que estes abusos sejam culpa da Igreja, no entanto não posso deixar de culpar a Igreja por não realizar um debate profundo sobre este mal que se tem abatido sobre ela. Mal que não é de hoje, mas que já se vem a manifestar há longos anos. E que a forma de organização da Igreja Católica e a especificidade do celibato dos padres parece proporcionar. Nem podemos deixar passar em claro todas as tentativas de encobrimento que foram feitas pelo clero a este abusos. Muitas vezes transferindo os criminosos para outros locais onde faziam novas vitimas, perante a passividade das autoridades clericais. Neste ponto a tentativa de encobrir os seus sobre pôs-se à lealdade para com os princípios da própria igreja católica.
Nos últimos 100 anos dezenas de milhares de pessoas foram vitimas de abusos sexuais por parte de membros do clero, uma proporção sem paralelo em qualquer profissão na sociedade.
Apesar do casamento ser considerado um sacramento e o próprio Jesus Cristo ter definido o casamento indissolúvel entre o homem e a mulher como parte do plano de Deus, os senhores da igreja apresentam um horror patológico ao sexo. Claramente demonstrado no celibato, na exultação da castidade e nas imposições dentro do próprio casamento entre os cidadãos.
Porque é que a Igreja odeia tanto o sexo eu não sei. Mas obrigar os seus porta-vozes a rejeitarem uma das funções básicas da vida humana está para além da força da fé. Pelo menos para alguns, mas mesmo assim muitos mais do que aqueles que poderíamos tolerar como normal, para quem se diz ser o bastião da moral.