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Reactor 4

esquerda snowflake, lobo marxista easylado@sapo.pt

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O RSI deste governo

04.04.12 | Bruno C.

O ministro da caridadezinha e da mão estendida, Pedro Mota Soares, anunciou as propostas de alterações às prestações sociais. Uma reforma que se destina a combater a fraude e a promover uma distribuição mais justa entre os beneficiários.

Não me deixa de arrepiar quando ouço falar em “poupança”, como fez o ministro, quando se fala em ajuda aos mais desfavorecidos. Pelos vistos estas medidas vão “poupar” 70 milhões de euros nas contas do RSI. O governo, com o seu cunho paternalista quer acabar com o RSI, mas como ainda vivemos numa democracia, isso não pode ser feito de um dia para o outro sem levantar muitos protestos por isso começou a campanha para o enterro do RSI. E o fim será em pequenos passos.

Primeiro – Desumanização, falar sempre do RSI como se fosse uma coisa má usada por seres maus. Sim, porque quando se fala do RSI parece que quem recebe o RSI não são pessoas.

Segundo – Estigmatizar, lançar ideias injuriosas sobre a medida e sobre quem a recebe. Se recebem devem contribuir para a sociedade (sociedade que neste caso é boa, claro!). E por contribuir querem dizer trabalho escravo, que é disso que se trata quando obrigamos pessoas a trabalhar sem receber o justo pelo seu trabalho. Para receber também não podem ter património superior a 25 mil euros como por exemplo: casa! (vende a casa para comer e vai morar para debaixo da ponte), carro, barcos ou aviões!!! Dando a ideia que isto acontece imenso no RSI.

Como é possível que uma pessoa com 25 mil euros se sujeite a ver a sua vida toda analisada só para receber 100 ou 200 euros? Mas isto cabe na cabeça de alguém?

Terceiro – Dificultar, com as novas regras a verdade é que muitas das pessoas não vão conseguir acesso ao RSI, não porque não precisem mas porque a burocracia as irá afastar. Estas novas regras, apesar de serem anunciadas como novidade não mudam muito, já que o RSI já era um contrato, já pressupunha procura ativa de emprego e formação. Mas a novidade da renovação estar dependente da apresentação de um pedido por parte dos respetivos titulares anualmente implica que deixa de ser o estado a verificar a situação para serem as pessoas a terem que tratar de toda a papelada todos os anos. Permitindo assim excluir administrativamente muitas pessoas.

Não deixa de ser triste que pará “poupar” 70 milhões de euros a sociedade esteja pronta a baixar o nível de dignidade das pessoas. É triste que a direita ataque os mais pobres para distrair o resto da população, e a o resto das pessoas vá atrás como carneiros, sem ver os milhões que os amigos de Passos Coelho meteram ao bolso nestes curtos meses de governo.

Ps: O Governo também enviou alterações legislativas relativas ao subsídio de doença, subsídio de maternidade, entre outros (é claro que vão todos baixar). Mas isso não interessa nada…