João Sousa
João Sousa obtém a primeira vitória portuguesa no ATP World Tour.
Um feito histórico para Portugal.
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João Sousa obtém a primeira vitória portuguesa no ATP World Tour.
Um feito histórico para Portugal.
Pelos vistos o Rui Machete teve uma "incorrecção factual”.
Gosto que os membros deste governo nunca mintam, apenas apresentam "incorrecções factuais" ao longo da sua vida...
O mundo onírico das agências de rating é simultaneamente hilariante e deprimente. Empresas sem qualquer credibilidade vão determinar em quem os investidores vão confiar. Ora, não só são apenas opiniões, como vêm de pessoas/agências com passado de erros e pior, corrupção. Como é que empresas sem qualquer credibilidade ainda têm esta força e poder? Mas agora vamos ainda mais longe, não só a classificação que essas agências dão aos Estado e empresas influencia o seu presente/futuro financeiro, como as suas dúvidas, incertezas e suspeitas o fazem. Isto é, não é preciso baixar o rating efetivamente, basta pensar em baixar o rating que “os mercados” já reagem. Já sem falar das ingerências nas tomadas de decisão dos Estados. E convenhamos os investidores não são anjos que ajudam os Estados. Eles emprestam dinheiro a juros. Eles ganham dinheiro, não fazem caridade. Não há nada de altruísta nas suas ações. Há que pôr um travão a estes abutres sugadores de dinheiro que só ganham com a crise (imposta por estas agências de rating) dos outros.
A notícia trata de um Gestor milionário multado em 18 milhões de dólares por uso indevido de fundos no valor de 113 milhões. Parece que o crime compensa, pelo pelos para os ricos. Se fosse um tipo a roubar uma carteira ia para a prisão, ou se fosse o tipo de RSI a enganar as contas para receber mais meia dúzia de euros já era o fim do mundo porque era um ladrão preguiçoso. Como é o senhor gestor importante e influente, presente na lista Forbes dos homens mais ricos do mundo, já não faz mal. Esta é a mentalidade do tacanho que acha que os ricos podem fazer tudo, primeiro porque estes tacanhos almejam um dia serem ricos e segundo porque dizem que se estivessem no lugar desses ricos faziam o mesmo. Os meus pais sempre me educaram a lutar pela justiça e a ajudar quem mais precisa, sempre me ensinaram a não ser invejoso, egoísta e acima de tudo ensinaram-me a ser honesto e íntegro. Será que já ninguém passa estes valores? Hipocrisia aliada à inveja é do pior. É isso que faz esta sociedade regredir.
Engraçado como os postos de combustíveis de supermercados conseguem preços mais baixos que as próprias gasolineiras. Quer dizer que comprar às gasolineiras e vendem ao público mais barato que elas próprias. E convenhamos que a treta de que são combustíveis inferiores já não cola. Já para não falar da estranha semelhança de preços dos combustíveis especialmente nas autoestradas. Acreditava-se, e muito ainda acreditam, na existência de um mercado livre onde a concorrência funciona em prole do consumidor, baixando os preços. Existe a crença (cada vez menos, mas ainda existe), de que as pessoas no seu egoísmo individualista trabalham para o seu próprio bem, mas contribuem para o bem comum, para o bem da sociedade. A isto chamavam a mão invisível. Pois parece que essa mão é mais do que invisível; é inexistente. Como diz um economista proeminente, a mão invisível de Adam Smith não funciona, porque simplesmente não existe. Se as empresas puderem concertar práticas e preços, vão-no fazer em prole do lucro, da maximização do lucro, ainda que isso seja ilegal. Numa coisa Smith tinha razão, o egoísmo é o imperativo.
Apesar de parecer uma verdade óbvia, não é consensual que os Homem se tenham unido em sociedade, porque simplesmente descobriram que dessa forma vivem melhor. Uma das principais questões que se põem desde o tempo de Platão e Aristóteles passando por Adam Smith e Marx até aos dias de hoje é: como preservar a liberdade natural do Homem e ao mesmo tempo garantir a segurança e o bem-estar da sociedade? Rousseau propõe a noção de contrato social que vai inspirar toda a construção societal até aos nossos dias.
Na noção de contrato social cada sujeito põe em comum a sua pessoas, os seus direitos, o seu poder sob a suprema vontade geral e recebe enquanto corpo, enquanto parte indivisível do todo. A vontade geral não é o somatório das vontades individuais, é sim o sujeito pensar no interesse coletivo sem este colidir com o seu próprio interesse. No lugar de cada individuo contraente ergue-se um corpo moral coletivo, um soberano. Esta é a vontade geral. A base do estado civil é a vontade geral do povo que se sobrepõe às vontades particulares e egoístas que motivam a corrupção, a ganância e a vontade de ascender às custas de outros. Não se trata de um pacto de submissão, de uma forma comunista distorcida de abafar ou aniquilar a vontade própria em detrimento do que a maioria deseja. Trata-se de eu querer algo porque sei que esse bem ao estar disponível aos outros, também está disponível para mim. Para Rousseau, os Homens criaram o Estado para saírem da miséria criada pela sobreposição da vontade própria à vida e para se elevarem como uma condição moral superior.
Desta forma o Estado é o instrumento de governação da vontade geral. Daqui se chega à ideia de soberania popular. O soberano é o povo. O governo é quem governa. O soberano é simultaneamente súbdito e soberano. Claro que este contrato social é unânime e consensual e na minha opinião quem acha que deve sobrepor a sua vontade individual à sociedade, que se demita então de cidadão e que vá viver sozinho.
Esta notícia tem muito que se lhe diga. Confesso que não vi a entrevista, mas ainda vou a tempo. Primeiro acho ignóbil este ministro com complexos de Deus do conhecimento, dizer que os professores são estúpidos e como tal têm de fazer exames para poderem ensinar. Ora não tivessem eles passado cinco anos na faculdade e já não tivessem feito uma série de exames. Ainda que não tivessem sido os melhores da turma, sabem bastante e mais do que suficiente para cumprir na perfeição os programas escolares, que diga-se e demagogias à parte, são bem menos exigentes que na faculdade. Vê-se bem que se trata de criar mais entraves e desincentivos à profissão, mas acho que as medidas que têm sido tomadas até hoje já fizeram bem o seu trabalho.
Segundo é de admirar a forma como este senhor está sub-repticiamente, ou não, a privatizar o ensino. Primeiro com os subsídios aos colégios privados, quando existem ótimas escolas públicas e mais recentemente com a venda de exames nacionais. Sim, isso venda. Ora agora os exames nacionais de inglês do 9º ano vão ser patrocinados por empresa -que seria interessante saber quais são- entre as quais um instituto de inglês. Será que os alunos vão ter de pôr os números de telefone no cabeçalho? Lembra-me quando me ligam para casa a tentar vender uns cursos de inglês. Isto é o negócio da China para a Universidade de Cambridge que terá toda a população de miúdos do 9º ano como potenciais clientes. Aos alunos fracos impingem umas aulas de inglês e aos bons alunos impingem uns certificados. É o negócio da China. Podíamos até fazer o exame de matemática patrocinado pela Texas Instruments e o exame de português pela Leia. Os problemas de matemáticas só podiam ser resolvidos com um programa exclusivo das máquinas de calcular da Texas Instruments e os autores lecionados no programa de português seriam exclusivos da Leya. Acho que assim podíamos privatizar todo o ensino e ainda ganhar uns trocos. Isso de dar a ganhar dinheiro às empresas às custas dos alunos pode ser imoral, mas que se lixe.
Eu nem vou comentar o sapo que parece completamente desproporcionado na foto e anormalmente grande tendo em conta a distância a que estaria da sonda. Comento sim a inutilidade da noticia e diga-se de todo o programa da NASA nos últimos anos. Tanto dinheiro para tantas missões inúteis com informações que já são velhas.
Só ontem ao fim do dia ao ver reportagens anormalmente longas sobre o 11 de Setembro é que me lembrei desse fatídico dia para os americanos. No entanto não foi só um fatídico dia para eles. Foi todo o mundo. Não pelas vidas que se perderam (claramente de lamentar), mas principalmente porque temos que levar com essa notícia o dia todo durante vários dias.
Não estou a dizer que não são de lamentar as vidas que se perderam no atentado e o próprio motivo dessa perda. A vida já é tão complicada e complexa e já morre tanta gente por fatores naturais que não controlamos, que criar condições para que se percam ainda mais vidas, é completamente ilógico e irracional. O que quero dizer é que parece que os americanos valem mais do que qualquer outro ser. Se homenageássemos todos aqueles que morreram sob atentados americanos em todos os países em que estes fizeram guerra, não chegavam os dias do ano para tal. Eles mataram muito mais pessoas do que aqueles que morreram no 11 de setembro. Sim, o 11 de setembro foi um atentado hediondo, assim, como todos aqueles atentados que os americanos ou qualquer outro país, fizeram e fazem a qualquer civilização. Não há povos que valem mais do que outros, mas porque somos constantemente bombardeados com tudo o que é americano, somos americanizados até não haver amanhã, já os sentimos como se fossem portugueses. Pois não são. E não são mais vítimas do que aqueles que perderam as suas vidas sob as bombas americanas. A diferença é que para nós, as vitimas dos bombardeamentos dos americanos nas sucessivas guerras (já se sabe que são achacados a essas coisas e que até fazem disso forma de crescimento económico) nos chegam como números. Ninguém vai perguntar à mãe do vietnamita que morreu na guerra ou do iraquiano, como se sente. Decerto que chora o seu filho como qualquer outra mãe. E como tal são pessoas menos importantes aos nossos olhos, mas querem saber uma coisa? Não são. Um vietnamita vale tanto quando um americano.
O quê? Temos beneficiado as elites com negócios milionários e obscuros? Nada disso. Os ricos são ricos porque trabalham muito, enquanto os pobres são todos uns preguiçosos que gastam dinheiro em bebida, tabaco e bolas-de-berlim no café. Se Portugal é um dos países mais desiguais é porque merece.
Já sei por que é que este discurso cola. Porque é fácil. Não é preciso ser muito inteligente para se dizer estas coisas, mas a realidade é muito mais complexa e difícil. Mas ninguém quer pensar, ninguém quer refletir. O conceito de meritocracia é muito mais fácil e culturalmente interiorizado do que o conceito de injustiça e reprodução social.