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Reactor 4

esquerda snowflake, lobo marxista easylado@sapo.pt

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Europa contra a religião

31.01.10 | Bruno C.

Na Europa tem vindo a crescer um debate religioso muito importante e por sinal pouco divulgado de forma isenta. A questão religiosa é sempre uma ferida que ameaça abrir dentro de todos os países de matriz cristã onde a história dos últimos anos tem assistido a uma vaga de imigrantes islâmicos provenientes não só das ex-colónias como de um pouco por toda a parte.

Em França o debate está centrado na chamada burqa ou no niqab. Peças de roupa da fé islâmica que cobre quase na totalidade o corpo das mulheres.

Para os proibidores do Presidente Sarkozy, o véu integral é um "sinal pervertido de uma busca de identidade" e simboliza um "desafio aos valores da República"."É um símbolo da subjugação da mulher e a bandeira do extremismo fundamentalista".

Bandeira ou não do extremismo fundamentalista não deixa de ser uma questão do foro pessoal e religioso e essas questões num estado laico não deveriam ser consideradas desta forma. Com o intuito da total separação do Estado e da Igreja, o Estado não se pode meter nos assuntos da Igreja, não pode controlar o que as pessoa fazem quando praticam a sua fé, desde que essas práticas não interfiram com o normal funcionamento da sociedade. Será que os hábitos das freiras também vão ser proibidos? E os sinos das igrejas que tocam para chamar os fiéis para as missas também vão ser proibidos?

Mas o grande problema é que mais do que a questão religiosa é a problemática nacionalista que está em causa. O problema não é tanto o islamismo mas o racismo que existe na Europa. Este debate está poluído pelo tema da identidade nacional, ou não fosse a França um país que recebe muitos imigrantes, não só das suas ex-colónias mais também de todo o mundo, e não fosse o governo liderado pela direita nacionalista. Só assim se pode explicar a elaboração de uma lei que atinge menos de 2000 mulheres em França. Uma tendência muito perigosa que se tem vindo a manifestar um pouco por toda a Europa, desde a Bélgica à Holanda em relação à Burqa, como os minaretes, proibidos há dois meses por referendo na Suíça, ou a lei alemã de banir "peças de roupa controversas das escolas públicas".

Com estas medidas a Europa corre o sério risco de na sua ideia de banir tudo o que é religioso se torne num continente anti-islâmico.